sábado, 28 de novembro de 2015

Mas sabe, tinha uma parte de mim que queria conhecê-lo..
Saber como ele é, seu jeito, suas manias, brincadeiras..
Ele ativou esta curiosidade em mim que não sentia a tempos, ainda não sabia dizer ao certo se era bom ou ruim, mas eu continuava com essa vontade persistente.
_ Renata M.P.
"Eu ando num medo de amar você, assim, amar mesmo, não me apaixonar do jeito que eu já to apaixonada, como se eu simplesmente não conseguisse esconder as merdas que eu penso em fazer só pra te ver rindo pra mim. Eu sei que é foda esse teu lado da moeda, que a vida é um tiro de meta sujeito ao gol, mas eu fico sempre tentando um pênalti, sei lá, um jeito mais fácil de chegar na tua parte mais sincera, mas eu praticamente caio por cima da bola e fico lá, jogada na grama, esperando chover, ou você chegar mais perto pra saber se tá tudo bem. Quando eu te vejo chegando vou recitando uns poemas internos, ligo um radinho no último canto dos meus pensamentos e... Merda! Tá tocando Tom Waits? Fui pega! Definitivamente! Onde eu aperto pra sumir daqui? Fecho meus olhos e rezo pra você voltar pro seu lugar e me deixar sozinha, do jeito que eu mereço ficar quando sou aterrorizante comigo mesma. Meu excesso é um tiro na sua cara, garoto, é um risco pra tua boa e pouca paciência com essa gente toda que simplesmente ama você. Não é amor! Certeza! Pode ficar tranquilo! Mas tem alguma coisa nos teus olhos, nessa tua barba infuncional que foge minha órbita como os dias quentes de verão aprisionando meus pesadelos mais hostis. Eu corro pro lugar mais longe que eu consigo alcançar e te deixo pra trás pra vê se eu me sinto menos infinita. Amanhã de manhã 'tô de volta! Você bem sabe, quanto mais eu penso em ir embora, mais meu coração quer ficar".
_Natália Brandão

domingo, 22 de novembro de 2015


Quero te olhar nos olhos e saber que eles brilham quando encontram os meus, que seus braços se encaixarão perfeitamente em mim, tornando-se meu refúgio diário. Sua boca se modelará com a minha, seu perfume ficará preso em minhas roupas, me fazendo sentir uma saudade saudável de ti no fim dos encontros. Teu cabelo será desajeitadamente ajeitado, que eu irei ajudar a bagunçar a cada segundo. Minha mão será sempre algo seu, porque ela você segurará a todo instante, ou minha cintura. Escolha a cintura, é mais romântico e me sentirei muito mais protegida com teus braços por perto. Tu me ligará ao anoitecer, só pra me contar teu dia, mesmo eu estando contigo a metade dele. Te contarei da faculdade, do trabalho, da briga da semana passada com a minha irmã, e você iria rir e dizer que isso tudo é bobeira minha, que amanhã nos veríamos e pronto. Colocaria assim um sorriso no meu rosto e paz no coração. Era teu, o sorriso, os olhos brilhantes, o coração. Eu seria tua. Total, sem pestanejar, e tu serias meu. Após o boa noite da ligação, ficaria algum tempo com o celular na mão relendo tuas mensagens, sorrindo alegremente com as nossas babaquices. Pensando em quanto mais bobo você era, eu concordava, seguia teu ritmo, éramos dois eternos bobos. Faria parte da paixão isso tudo? Enfim, bobos apaixonados. Te amaria mais do que qualquer outra coisa, e saberia que eras recíproco. Ficaria feliz pela chuva estragar aquele passeio no parque, porque te teria deitado no meu sofá assistindo um filme qualquer. Meu perfume seria teu aroma preferido, minha risada te faria rir, meus assuntos idiotas - ou a falta deles - seriam brechas para abraços e carinhos no pescoço, minhas lágrimas te cortariam o coração, e meu coração, ah, esse bateria ecoando teu nome pelos cantos. E assim, antes da ligação ao fim da noite terminar, você sussurraria no telefone: eu te amo. Fazendo com que as borboletas voassem mais rápido no estômago, porque eu saberia, ah, eu teria a certeza, que essas palavras eram ditas do coração. Repetiria pra ti, e assim iria dormir com o sorriso de ponta de orelha na cara.
_ Lara Oliveira

Você sorriu e eu pensei:Lá se vão as minhas noites de sono

sábado, 14 de novembro de 2015

" Vasculhando nas memórias algum assunto, encontrei a carta que eu rabisquei na capa de um livro: 'pra você', era o destinatário. Não sei por que não mandei, talvez não quisesse passar a limpo o passado. Em letras garrafais eu te dizia: 'acertei o caminho não porque segui as setas, mas porque desrespeitei todas as placas de aviso'. E achei curioso eu usar essa metáfora sem nem ao certo saber o que queria te dizer com isto. E depois de repousadas aquelas palavras eu percebi quanta coisa eu escrevi pra você, querendo dizer pra mim. Porque eu jamais chegaria aonde cheguei se só andasse em linha reta. Tive que voltar atrás, andar em círculos, perder dias, perder o rumo, perder a paciência e me exaurir em tentativas aparentemente inúteis pra encontrar um quase endereço, uma provável ponte: a entrada do encontro.Você tão ocupado com seus mapas, tão equipado com sua bússola, demorou tanto, fez sinais de fumaça e não veio. Você simplesmente não veio. Mas me ensinou a intuir caminhos certos, a confiar nos passos, a desconfiar dos atalhos. Porque eu estava do outro lado e só. Sem amparo. Mas caminhava. E você estava absolutamente equipado com seu peso. E impedido de andar por seus medos".
Marla de Queiroz