domingo, 27 de dezembro de 2015

"É que eu sou insistente, se eu quero cuidar, eu cuido, se eu quero amar, eu amo, não importa quem esteja do outro lado da minha linha de apego, quando eu sinto que sim, não há quem diga que não. Eu meio que te enfiei no meio disso tudo, nesse pesadelo que é viver sombreando a minha poesia. Você apareceu tão sorte de segunda-feira, que eu domingueira, mal pude evitar o amor pelo dia seguinte. E entendo que às vezes é muito tempo, quando eu falo a semana inteira, sobre o teu sorriso ou o jeito que amacia meus gritos, quando o mundo do lado de fora, parece ser só uma bola de vácuo, envolta em descaso. Entendo também os teus dias intensos, o sereno dos olhos, o aguçar dos meus instintos, quando desarruma minha vida e me abraça pra colocar no lugar. Eu vejo em você a necessidade que o mundo tem de ser sempre verão, só porque o sol acorda mais leve cada vez que você sorri. Na parte mais bonita da minha rotina, você come com êxito todo o meu juízo e a minha falta de afeto pelos dias quentes"
_Natália Brandão

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Distancie tuas horas das minhas
Se muda pra rua de cima
E eu talvez nunca mais aproxime meus passos dos teus.
Distancie teus sonhos dos meus pesadelos 
Desconfigure minha sina
E eu talvez não pense o dia inteiro como você foi azarado por dividir tanta coisa boa com alguém tão monstruosamente medroso.
Distancie teu corpo do meu
Abandone tua menina
E no fim do dia você não pegará fogo quando eu propositalmente acender um palito de fósforo
Distancie tua finidade dos meus infinitos
Ignore minhas rimas
E um dia sem prosa ou poesia, talvez você entenda, que algumas pessoas simplesmente não se acabam no fim de uma página.
Todo infinito é imortal.
_Natália Brandão

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

"Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou, e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos".
_Caio Fernando Abreu.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

"Se vier o fim do mundo, ou se vier o recomeço, estou disposta a não correr, mesmo arfando com a dúvida, eu creio, o que é bom prevalecerá".
_Ju Fuzetto

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

"Sai pela porta, mas deixa sempre uma janela aberta. 
Apressa o passo. 
Pula umas pedras pelo caminho e vai. 
Um sorriso aberto feito sol de verão que inaugura o dia. 
Lembra da menina que era ainda em outras primaveras. 
Quem inaugurava agora, era ela. Estampa o rosto de mudança. 
Percebe o tamanho das pernas. Prontas para pular. 
Agora abismos. 
Essa era sua especialidade. 
Pulos. 
Sempre em frente. 
Depois de muito tempo, ela agora sabia bem onde queria chegar".
_Vanessa Leonardi

domingo, 6 de dezembro de 2015


(...) "O mundo inteiro parece ter algum tipo de asfixia quando você sorri, você come os meus olhos, arreganha os dentes e eu pareço me afogar num mar intenso de flores. Eu perco o eixo involuntário da procura por oxigênio, enquanto você só me olha e fica rindo, como se a vida terrestre não dependesse da tua existência. Garoto, eu duvido do universo, das baratas voadoras, dos dinossauros, das sequências matemáticas que eu não aprendi, do quanto de tempo um coração pode ficar parado até a gente morrer de amor e essa porra toda acontece numa fração de segundo, no instante exato que eu pouso meus globos oculares míopes na tua forma mais bonita de encarar a paixão: sorrindo". 
_Natália Brandão

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Quem fala que olhos claros não possuem muito brilho, fala isso porque não conheceu os seus.
_Renata MP